agosto 13, 2011

SALTO CÓSMICO


Tenho notado entre pessoas próximas de mim um fato comum: deixam de falar por anos até com algum familiar por causa de conflitos ou discordâncias, assim vejo irmão que não fala com irmão, filho que não fala com pai, filha que não fala com a mãe.

Parecem geleiras. Daí a ilustração
(photo by Rita Willaert on Flickr).

Isso me remete ao perdão - ato de perdoar para derreter o gelo.

Como diz o pensador, as palavras escondem segredos sobre seu significado. Registro aqui o que aprendi sobre esta palavra "perdoar".

Encontrei a seguinte descrição: Perdoar é a junção de “per” com “doar”. E doar é mais do que dar. Doar é entrega total ao outro. Já o prefixo “per” que tem várias acepções indica “movimento no sentido de” ou “em direção à”, “através” ou, ainda, “para”.

Para o autor L. Jean Lauand, em texto divulgado na Internet, encontramos em S. Tomás as razões filosóficas que justificam a grandiosa etimologia das formas modernas: "perdoar", "perdão", "perdonar", "pardon", "pardonner" etc.

O prefixo per acumula os sentidos de "por" ("através de") e de plenitude, grau máximo: como em perlavar (lavar completamente) perfulgente (brilhantíssimo), per-feito, per-manganato etc. E, assim, o perdão aparece como o superlativo da doação. O mesmo se dá com as formas inglesa e alemã: for-give, vor-geben.

Em termos bíblicos o estudo -http://www.estudosdabiblia.net/d42.h­tm - aponta para o seguinte:

A Bíblia ensina que o direito de vingança pertence ao Senhor (Romanos 12:17-21). O perdão, contudo, não é simplesmente uma recusa a tirar vingança. Algumas vezes a pessoa ofendida abstém-se de responder ao mal com o mal, mas não está querendo libertar o pecador de sua condição de transgressor mesmo quando o pecador se arrepende. A pessoa contra quem se pecou pode querer usar o pecado como um cacete para castigar o pecador, mencionando-o de vez em quando para vergonha do pecador. Se perdoo meu irmão, tenho que "esquecer" seu pecado no sentido que não mais o atribuo a ele.

O perdão não é a remoção das consequências temporais de nosso pecado. O homem que assassina outro pode arrepender-se e procurar o perdão, mas ainda assim sofrerá o castigo temporal da lei humana. Mesmo se perdoado, pode ter que passar o resto de sua vida na prisão. O perdão remove as consequências eternas do pecado!

O pecado danifica as relações entre as pessoas como prejudica nossa relação com nosso Criador. A pessoa contra quem se pecou frequentemente se sente ferida, talvez irada pela injustiça do pecado cometido. O perdão é necessário para a cura espiritual da relação, mas precisamos preparar nossos corações para perdoar. Precisamos aceitar a injustiça do ferimento, a deslealdade do pecado, e ficarmos prontos para perdoar (observe os exemplos de Jesus e Estevão; Lucas 23:34; Atos 7:60). Mesmo se o pecador se recusar a se arrepender, não podemos continuar a nutrir a raiva, ou ela se tornará em ódio e amargura (veja Efésios 4:26-27,31-32). Ainda que o pecador possa manter sua posição como transgressor por causa de sua recusa a se arrepender, seu pecado não deverá dominar meu estado emocional.

Por fim, do Instituto Integral da Consciência vem este entendimento:

Nós que nos ofendemos quando alguém tenta magoar-nos. Se nos mantivermos distantes da atitude do outro, não existirá a ofensa para nós, somente na intenção do outro. Assim sendo, parece que seria mais apropriado à antiga reza do Pai nosso ...perdoai as nossas dívidas..., e com uma pequena e substancial modificação: ...perdoai as nossas dividas, assim como as de todos os devedores para convosco...; estaria mais adequado. No sentido profano habitual, Cristo nunca perdoou, pois Ele nunca Se ofendeu. Ele perdoava a falta de cumprimento dos deveres para com Deus, as dívidas.

Resumidamente, perdoar nada mais é que dar o que o outro precisa para redimir-se. Isto não dói e não nos leva a nenhum padecimento, pelo contrário, tem o poder de restaurar o padrão de auto organização. Alguém disse que para ser feliz é necessário promover cinco perdões; perdoar-se, perdoar seu pai, perdoar sua mãe, perdoar o outro e perdoar o mundo.

Outro erro freqüente é considerar perdoar como sinônimo de desculpar, que, no entanto são duas atitudes bastante distintas. Desculpar significa tirar a culpa, e só é possível tirar a culpa de quem não a tem, e foi injustamente acusado. Quando se tem culpa, nem Deus desculpa, Ele perdoa. Na justiça comum, inocentar é desculpar, a culpa não era do réu, e perdoar, é declarar o culpado solto e independente, jamais, livre, pois a liberdade é uma atitude imanente, não é uma concessão.




agosto 10, 2011

Cerveja DeuS???




Propaganda na revista que vi no consultório da minha dentista.
Custei a crer. Fiquei pasma. Tanto que até distorci a foto
ao tentar pegar o melhor ângulo.

Distorção mesmo é nome da cerveja belga, que tem dois tipos de
fermentação. O segundo como a do vinho.
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